domingo, 10 de outubro de 2010

Paradoxo

A notoriedade é baixa
A informação é distorcida
O riso é da própria desgraça
E em meio a estereótipos formados por pessoas que não conheço, mas sei com que intuito assim fizeram, sigo observando as controvérsias e os paradoxos dos transeuntes que se esquecem de si, justamente querendo se fazer notar.
Abdicando dos direitos em busca do status embutido em supostos deveres e situações que o exaltem utopicamente.
O desejo de mudança é o que acaba se tornando a utopia.
Falcatruas, comodismo e a admiração ao “jeitinho brasileiro”, destroem a esperança, deixando tudo estático, apático gerando auto sabotagem, o auto flagelo pela sobrevivência.
E denegrindo a própria imagem se vendem para o gringo que paga para a mulher rebolar, para o empresário que os vêem como máquina e para a mídia que a todo momento invade vidas e lares com mentiras.
Para a população sobra o descaso e o contentamento da sobrevivência, em subempregos subvidas, submundos, sendo subjugados.
O egoísmo foi implantado e se prolifera como praga, tirando do ser, o lado humano. E a bomba passada de mão em mão está cada vez mais próxima de explodir.
Esses são apenas alguns furtos de uma modernização, uma suposta evolução que aliena, inferioriza e insere a derrota em doses homeopáticas.
Excluindo, e tornando o povo refém de uma desigualdade que deve ser mantida em silêncio, que deve ser acatada inconscientemente e que em hipótese alguma pode ser questionada.
Porém, aos bastidores do mundo moderno poucos tem acesso. E neste mundo complexo de adultos que brincam com o rumo de inúmeras vidas, ainda sigo indignado, carregando a tristeza de ver por todos os lados pessoas desorientadas, que querem falar e não ouvir, querem olhar, mas de verdade quase não vêem. Pois até esse direito lhes foi tirado, foi modificado por uma falsa sensação de bem estar.
Mas os muros, grades, limitações e imposições visíveis e invisíveis não surgiram sozinhos e sozinhos não findarão. E só quando enxergamos atrás das câmeras, das grades, das histórias contadas, questionarmos as absolutas verdades e deixarmos aflorar a cólera, é que nos curaremos da a chaga causada pelo conformismo, para que ele não nos contamine, não prolifere e não dê a todos nós um trágico fim.

sábado, 9 de outubro de 2010

A Troca

A troca foi feita
Trocaram respeito por medo
Felicidade por dinheiro
O que se gosta, pelo que não queria
Trocaram amor, pela putaria
Parece piada
Mas humor é proibido
Consumo e falta de informação é o que há
Tudo já no pacote incluido
Trocaram a ordem pelo progresso
O progresso pela ganância
Trocaram o que somos, pelo que temos
Os direitos, pela passividade e eterna tolerância
Trocaram o conhecimento por alienação
Igualdade por exclusão dos direitos
Trocaram a verdade por belas mentiras
Para formar supostos cidadãos perfeitos
Trocaram a vida pela sobrevivência
Necessidade por futilidade
Trocaram ideais pela influência
O mal pela falsa bondade
Mas em meio ao jogo de interesses que bombardeiam as mentes
Me levanto, devidamente armado
Troco a desesperança pela informação
A pressa pela paciência
Das palavras faço escudo
Do amor minha resistência
Troco a falsa visão do mundo
Amplio os horizontes
e vejo outra realidade
Troco o discurso pela ação
E nesse jogo da privação
Encontro no papel e caneta a liberdade.